Texto transcrito do Blog página de cultura de André Egg sobre a truculência da Polícia Militar contra os estudantes no campus da USP
Tinha uma greve de funcionários na USP.
Aliás, as greves são uma constante lá. O governo do Estado e a reitoria não dialogam com os funcionários. Da última vez houve inclusive uma ocupação da reitoria por mais de 40 dias. Contra uma iniciativa de Serra para cercear a autonomia universitária (na gestão dos recursos).
Essa de agora inclusive era para reivindicar a readimissão de funcionários injustamente demitidos.
A reitoria pediu polícia no campus (coisa que não tinha feito da outra vez, pelo que foi muito criticada por certos setores).
Quando a polícia montou guarda no campus, alunos e professores aderiram ao movimento que antes era apenas de um grupelho de funcionários. Os alunos fizeram uma passeata exigindo que a polícia saísse do campus.
O governo mandou a tropa de chocque. A tropa de choque bateu nos alunos, jogou bombas de gás, perseguiu-os até o prédio de História. Cercou o prédio, não permitiu que ninguém saísse ou entrasse, enquanto continuava o bombardeio e o espancamento. Inclusive de quem não tinha nada a ver com a manifestação.
Deve ter gente que acha justificável a ação da polícia.
Uma dançarina de boate fazendo estrepitise no altar de uma catedral.
Não é um escândalo? Uma violação? Um sacrilégio?
Tanto quanto colocar a tropa de choque dentro de uma universidade.
E não é uma universidade qualquer.
A USP é a primeira e maior universidade brasileira.
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH - ou "fefeléch") surgiu dos departamentos fundados por professores franceses que aqui começaram suas carreiras acadêmicas, entre eles Lévy-Strauss e Braudel. A primeira geração de professores brasileiros incluiu gente como Florestan Fernandes e Antônio Cândido.
O prédio de História, onde a polícia bombardeou, é onde trabalham intelectuais como Boris Fausto, Carlos Guilherme Mota, Nicolau Sevcenko, Lilia Moricz Schwartz, Laura de Mello Souza, entre outros.
Entende o que quero dizer?
Um templo sagrado do saber.
Lugar que deveria estar preservado da presença violenta da tropa de choque.
Que o governador esteja disposto a sucatear este espaço de saber, achatar os salários, dificultar as condições de trabalho e recusar-se a negociar com grevistas é até compreensível. Mas que extrapole tudo isso para mandar a tropa de choque é inaceitável. Nem os governos militares chegaram a tanto.
Uma atitude que precisa de repúdio veemente da sociedade.
Sociedade que já repudiava os excessos dos grevistas, mas que agora torna-se solidária com eles diante da truculência injustificável.
Muitos blogs já deram recado semelhante.
Aliás, as greves são uma constante lá. O governo do Estado e a reitoria não dialogam com os funcionários. Da última vez houve inclusive uma ocupação da reitoria por mais de 40 dias. Contra uma iniciativa de Serra para cercear a autonomia universitária (na gestão dos recursos).
Essa de agora inclusive era para reivindicar a readimissão de funcionários injustamente demitidos.
A reitoria pediu polícia no campus (coisa que não tinha feito da outra vez, pelo que foi muito criticada por certos setores).
Quando a polícia montou guarda no campus, alunos e professores aderiram ao movimento que antes era apenas de um grupelho de funcionários. Os alunos fizeram uma passeata exigindo que a polícia saísse do campus.
O governo mandou a tropa de chocque. A tropa de choque bateu nos alunos, jogou bombas de gás, perseguiu-os até o prédio de História. Cercou o prédio, não permitiu que ninguém saísse ou entrasse, enquanto continuava o bombardeio e o espancamento. Inclusive de quem não tinha nada a ver com a manifestação.
Deve ter gente que acha justificável a ação da polícia.
Uma dançarina de boate fazendo estrepitise no altar de uma catedral.
Não é um escândalo? Uma violação? Um sacrilégio?
Tanto quanto colocar a tropa de choque dentro de uma universidade.
E não é uma universidade qualquer.
A USP é a primeira e maior universidade brasileira.
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH - ou "fefeléch") surgiu dos departamentos fundados por professores franceses que aqui começaram suas carreiras acadêmicas, entre eles Lévy-Strauss e Braudel. A primeira geração de professores brasileiros incluiu gente como Florestan Fernandes e Antônio Cândido.
O prédio de História, onde a polícia bombardeou, é onde trabalham intelectuais como Boris Fausto, Carlos Guilherme Mota, Nicolau Sevcenko, Lilia Moricz Schwartz, Laura de Mello Souza, entre outros.
Entende o que quero dizer?
Um templo sagrado do saber.
Lugar que deveria estar preservado da presença violenta da tropa de choque.
Que o governador esteja disposto a sucatear este espaço de saber, achatar os salários, dificultar as condições de trabalho e recusar-se a negociar com grevistas é até compreensível. Mas que extrapole tudo isso para mandar a tropa de choque é inaceitável. Nem os governos militares chegaram a tanto.
Uma atitude que precisa de repúdio veemente da sociedade.
Sociedade que já repudiava os excessos dos grevistas, mas que agora torna-se solidária com eles diante da truculência injustificável.
Muitos blogs já deram recado semelhante.
Link de referência http://paginadecultura.blogspot.com/2009/06/sobre-policia-na-usp.html
2 comentários:
muito bom!
Agradeço a repercussão e o link.
Parabéns pelo blog.
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