O que o Brasil sabe sobre Campos?

Sabe disso abaixo, por exemplo.Infelizmente!

Riqueza do petróleo sem felicidade

Do blog da revista Unesp Ciência

Por Giovana Girardi

Os políticos brasileiros que estão discutindo o futuro dos royalties do petróleo da camada pré-sal deveriam ler nossa edição deste mês. A reportagem de capa mostra que os municípios que hoje recebem essa verba de fato ficaram muito mais ricos. Mas sua população de baixa renda, que depende de serviços públicos, continua carente. É um fenômeno que tem até nome – paradoxo da abundância. Mas também poderia ser “petróleo na mão é vendaval”, como brincamos na capa da edição. Quando ter dinheiro, e bastante, disponível, não se reverte em melhoria da qualidade de vida.

O repórter Pablo Nogueira foi no começo de janeiro para Campos dos Goytacazes, a terra de Rosinha e Garotinho. A cidade é uma das que mais recebe royalties e viu seu orçamento inflar a partir de 1997. Pablo e o fotógrafo André Valentim viram de fato muita riqueza exposta em novíssimos edifícios por toda a cidade. Mas se deparam com as mesmas filas em hospitais que ocorrem em quase qualquer município brasileiro, além de favelas alagadas por rios que transbordam com fortes chuvas.

A diferença para os outros municípios brasileiros é que lá não falta dinheiro para resolver esses problemas. A matéria mostra que o orçamento per capita de saúde de Campos é 2,3 vezes o de São Paulo, por exemplo. Um convênio com hospitais filantrópicos quase dobrou a verba do atendimento pelo SUS, mas o número de atendimentos ficou praticamente estável. Na verdade, chegou a cair um pouco.

Pesquisadores de políticas públicas ouvidos na reportagem afirmam que o atual modelo de transferência de verbas precisa ser reavaliado, o que demanda formulação e gestão adequadas das políticas públicas, com regras específicas para que os gestores não gastem a verba como bem entenderem. E alertam para que isso seja levado em conta na hora de fazer a partilha das verbas do pré-sal.

Matéria das boas, que prova que jornalismo científico também pode ser investigativo.

Agora, o blogueiro:CPI sim! Quem tem medo da CPI?

Editando: como bem lembrou o advogado e blogueiro Cléber Tinoco,esqueci-me do link para refência do texto acima citado .

Fonte: Unesp Ciência