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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Políticos estão comprando até lista de seguidores no Twitter

Empresas e políticos estão comprando seguidores da rede social em um mercado paralelo para mostrar sucesso. Carteiras com 100 mil pessoas podem custar R$ 9,5 mil.

O Correio Braziliense conversou por telefone com um vendedor de seguidores que atua em Londrina, no Paraná, e verificou que não é preciso ir até as páginas internacionais da internet para comprar “novos amigos”. De acordo com uma pessoa identificada apenas como Márcio, um software específico que se vale de brechas no sistema do Twitter faz uma varredura em torno das contas com o maior número de seguidores e replica os convites de forma automática. “Muitas empresas e pessoas ligadas a políticos nos procuram. A partir de palavras-chave, encaminhamos milhares de mensagens para determinados grupos alvos de usuários”, conta.

Márcio vai além. “Nas eleições passadas, eu trabalhava com o Orkut, que restringiu meu acesso. Com o Twitter está tudo bem. Inclusive, temos o cuidado de não divulgar muito esse software, pois os programadores podem alterar o sistema e nos bloquear”, diz. “Se enviamos para mil pessoas, mas apenas 100 aceitam seguir um perfil, voltamos e mandamos para outros 900 usuários”, explica Márcio, que diz cobrar R$ 5 mil para um pacote mínimo de 1 milhão de mensagens.

Fantasmas
Curiosamente, neste ano eleitoral, o número de pessoas que acompanham os perfis de políticos teve um aumento considerável. Segundo levantamento da Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados, o número de seguidores de deputados no Twitter mais do que dobrou no último mês em relação ao levantamento anterior, passando de 231.271 seguidores em janeiro para 514.340.

Para Vivian Pratti, especialista em direito digital do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, a prática de compra de seguidores pode ser comparada ao envio de spam, uma vez que os usuários não optam por receber esses tipos de mensagens. “Apesar de não existir até o momento nenhuma vedação legal em relação à prática, o próprio termo de uso do Twitter diz que é proibida a comercialização de perfis ou de outros serviços relacionados ao site”, lembra. “Muitos desses seguidores nem existem na verdade, são apenas perfis fantasmas criados para aumentar o volume de usuários”, afirma.

Por meio de um comunicado, o Twitter informou que monitora regularmente as contas que são oferecidas para vendas, assim como aquelas que indicam atividade de spam. “Nós fechamos a maioria desses perfis bem antes que sejam vendidos. A minoria dos clientes que resta é posteriormente identificada e suspensa assim que qualquer atividade de envio de spam se inicia”, assegura.

Reprodução do Clipping

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